terça-feira, 29 de outubro de 2013

Brasil bate recorde com três ouros em Olimpíada de Astronomia na Bolívia

É a 1ª vez que um país conquista três medalhas de ouro na mesma edição


(Terra) O Brasil conquistou três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (V OLAA) 2013. Essa é a primeira vez que um país conquista três medalhas de ouro em uma mesma edição. O evento aconteceu esta semana na cidade de Cochabamba, na Bolívia, e reuniu estudantes do ensino médio da Argentina, do Brasil, da Bolívia, do Chile, da Colômbia, do Uruguai, do Paraguai e do México.

Os medalhistas de ouro foram Andrei Michel Sontag (Cândido Rondon, PR), Rubens Martins Bezerra Farias (Fortaleza, CE) e Weslley de Vasconcelos Rodrigues da Silva (Teresina, PI). A prata ficou com Ana Letícia dos Santos (Curitiba, PR). O bronze foi de Marton Paulo dos Santos Silva (Recife, PE).

Além disso, o estudante do Piauí, que foi ouro na OLAA no ano passado, ainda ganhou o prêmio de melhor companheiro de equipe, o paranaense fez a melhor prova observacional e o cearense fez a melhor prova em grupo. Com essa conquista, o Brasil já soma, até hoje, 13 medalhas de ouro, nove de prata e quatro de bronze.

A olimpíada foi dividida em três etapas: teoria, prática e reconhecimento do céu. A primeira, em duas partes, individual e em grupo, mesclando as delegações. Os estudantes ainda participaram de uma competição de lançamento de foguetes, construídos com garrafas pets, em grupos multinacionais. As últimas avaliações foram individuais e exigiram o reconhecimento do céu real e o manuseio de telescópio.

Para João Batista Garcia Canalle, coordenador nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), a iniciativa promoveu a integração entre os países da América Latina, além de um intercâmbio cultural e de conhecimento entre alunos e professores. “O evento fomenta a união entre educadores e astrônomos. Desejamos popularizar a astronomia e a astronáutica não só no Brasil, mas também em países vizinhos”, disse ele.

Treinamento
Antes de viajarem à Bolívia, os estudantes da delegação brasileira participaram de dois treinamentos intensivos com astrônomos e acadêmicos na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais. O curso ainda contou com um planetário inflável da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Os instrutores envolvidos no projeto foram: Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Eugênio Reis, do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST); e Julio Klafke, da Universidade Paulista (Unip), além do coordenador da OBA.
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E mais:
Da escola pública a Harvard: olimpíadas mudam destinos de campeões (infográfico Terra)

Cadeirante supera desafio e ingressa no ensino superior


(Diário do Nordeste) O estudante Ricardo Oliveira, 24 anos, cadeirante, portador de amiotrofia espinhal e colecionador de quatro medalhas de ouro e uma de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), há três meses realiza um novo sonho: cursar o ensino superior. O aluno campeão é um exemplo de superação e um incansável batalhador, apesar de enormes dificuldades que a vida lhe impõe.

Matriculado no curso de Mecatrônica Industrial, no campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) nesta cidade, na região Centro-Sul do Ceará, Ricardo Oliveira vivencia uma nova etapa nos estudos e já quer se preparar para um curso de mestrado em Matemática. A sua história de vida é um exemplo para tantos outros que têm condições de estudar, mas não valorizam a oportunidade.

Ricardo Oliveira ficou conhecido nacionalmente quando em 2006, recebeu a terceira medalha de ouro da 4ª Obmep, no Rio de Janeiro, das mãos do então presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. O fato repercutiu em todo o país e despertou a atenção da mídia regional e das autoridades do município de Várzea Alegre para a história de vida do medalhista.

Apoio
Graças ao apoio da secretaria de Educação do município de Várzea Alegre, Ricardo Oliveira conseguiu concluir o Ensino Fundamental e Médio, quando passou a morar na cidade, em uma casa alugada pela Prefeitura. "O meu sonho inicial era concluir o 9º ano e depois veio o desafio do Ensino Médio", lembra Ricardo Oliveira. "Não imaginava cursar uma Faculdade, mas veio a oportunidade aqui em Cedro porque não tenho condições de morar em outro Estado ou cidade mais distante".

Depois de obter aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Ricardo Oliveira matriculou-se no campus do IFCE em Cedro. As aulas deveriam ter começado em fevereiro deste ano, mas por causa de paralisações foram adiadas para julho.

A decisão de cursar uma faculdade trouxe mudanças para a família. Não dava para Ricardo Oliveira viajar todos os dias entre Várzea e Cedro, um percurso de 40 quilômetros de ida e volta. "Vir todos os dias era cansativo, não iria suportar", disse. A família conseguiu adquirir uma casa pequena, instalada ao lado do IFCE. "Foi uma decisão em conjunto, mas não havia outra opção", avalia Ricardo Oliveira.

Todas as noites, o pai, Joaquim Oliveira, conduz o filho em uma cadeira de rodas para a sala de aula. Ricardo Oliveira precisa de um profissional cuidador e o desejo da família era que o pai fosse contratado pelo IFCE, por ter experiência com o filho. Provisoriamente, Oliveira trabalha em um depósito de material de construção.

Motivado
Em três meses de aula, Ricardo Oliveira mostra-se satisfeito. "Está tudo como desejava", diz. "Não é cansativo". A turma de 25 alunos e os professores têm carinho especial pelo colega. É um aluno dedicado. Em casa, prefere ficar no chão, sentado, estudando em um notebook. As mãos e os dedos tortos e a dificuldade em segurar caderno, livro e uma caneta é superada por esforço e muita força de vontade.

O professor do IFCE, Antonio Almir Bezerra, em recente visita à casa de Ricardo Oliveira já o orienta sobre a escolha de disciplina e de temas para o Programa de Iniciação Científica e Mestrado (PICME) para alunos que obtiveram medalha na OBMEP. "Sempre estou sonhando e desejo continuar estudando", reafirma Oliveira. "Quero seguir em frente, dar o melhor de mim e aproveitar a oportunidade. Mesmo com dificuldades, a gente pode vencer na vida".

Ricardo Oliveira lamenta que jovens não aproveitem o tempo disponível e tenham desinteresse pelos estudos. "Muitos só querem saber de forró e depois vão reclamar da vida", disse. "Estudar é difícil, cansativo, mas deve ser encarado com alegria".

A mãe de Ricardo, Francisca Antonia de Oliveira, é dedicada às tarefas domésticas e ao cuidado com o filho. Faz tudo com muito amor e é incansável. "É uma alegria vê-lo na faculdade", disse. "Se não fosse o apoio que ele teve da Prefeitura de Várzea Alegre, do ex-prefeito Zé Hélder, ainda estaria no sítio Vacaria", salienta.

Vitórias
As dificuldades são vencidas com trabalho e resignação entre a família, Ricardo, os pais, e o irmão Romildo Oliveira da Silva, 20 anos, que neste fim de semana faz provas do Enem. Ele pretende fazer curso superior na área de computação. Neste ano, ele concluiu o curso técnico em Informática no IFCE de Cedro.

A diferença de idade entre Ricardo e Romildo é de quatro anos. No começo da aprendizagem, Ricardo recebeu apoio do irmão mais jovem, que levava tarefas da escola para casa para ser resolvida.

"Fizemos uma parceria que deu certo e estou feliz e orgulhoso por ter tido a chance de ensinar e ajudar o meu irmão no começo de sua aprendizagem. Foi gratificante", disse Romildo.

Hoje os dois mantêm certo distanciamento e cada um segue o seu caminho na aprendizagem. Enquanto Ricardo começa cursar o nível superior, Romildo enfrenta a ansiedade e o desafio das provas do Enem. "Meu sonho é fazer faculdade na área de Informática e ser professor", disse. Certamente, será uma questão de tempo.

Além das medalhas da OBMEP, Ricardo Oliveira conquistou premiação na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica durante o Ensino Fundamental e Médio. Foram cinco medalhas de ouro e uma de prata. "Os alunos que se esforçam conquistam o seu espaço, conseguem êxito e cada um tem o seu talento que precisa ser explorado", disse Ricardo Oliveira. Na parede da casa, em Cedro, quadros com preitos de gratidão ao aluno vencedor, exemplo nacional de superação: ´Prêmio Personalidade Cenecista 2008´, ´Comenda Padre Vieira´, e ´Diploma de Honra ao Mérito da Prefeitura Municipal de Várzea Alegre.

Na parede da casa, em Cedro, quadros com preitos de gratidão ao aluno vencedor, exemplo nacional de superação: ´Prêmio Personalidade Cenecista 2008´, ´Comenda Padre Vieira´, e ´Diploma de Honra ao Mérito da Prefeitura Municipal de Várzea Alegre´.

Ele já realizou mais de 40 palestras. "Os alunos prestam atenção, ficam empolgados e percebem que as dificuldades que eles enfrentam são mínimas", diz Ricardo Oliveira.

Aluno acumula quadro com medalhas de ouro
A história do estudante campeão que acumula cinco medalhas de ouro e duas de prata da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) começou no sítio Vacaria, distrito de Ibicatu, zona rural de Várzea Alegre. Ricardo Oliveira nasceu com uma doença rara, amiotrofia espinhal, que limita sua locomoção. Por isso, permaneceu em casa por vários anos. Inicialmente, foi alfabetizado pela mãe, de quem recebeu as primeiras noções de português e matemática.

Em decorrência da doença do filho, a família mudou-se para São Paulo para buscar tratamento de saúde no Hospital das Clínicas. Na época, Ricardo tinha quatro anos. Lá, nasceu o segundo filho, Romildo da Silva. Após um período de assistência médica e diagnóstico da doença, o casal trouxe os dois filhos de volta a Várzea Alegre.

Retornaram para o sítio Vacaria. Aos quatro anos, Ricardo já estava alfabetizado pela mãe, que era professora das séries iniciais do Ensino Fundamental, mas permanecia estudando em casa, pois havia dificuldades para levá-lo até a escola. Romildo também foi alfabetizado pela mãe, mas logo foi matriculado na Escola de Ensino Fundamental Joaquim Alves de Oliveira, onde passou a frequentar a 2ª série do Ensino Fundamental.

"Comecei tarde, estudando em casa com minha mãe, as primeiras lições", recorda Ricardo Oliveira. Em 2005, Ricardo Oliveira foi descoberto pela Secretaria de Educação do Município, que realizava um programa de inclusão educacional. Fez prova de validação e mostrou-se apto a ingressar no 6º ano (antiga 5ª série).

Em 2006, obteve a primeira medalha de ouro na Obmep. A conquista foi repetida nos anos seguintes até 2009, quando concluiu o Ensino Fundamental na Escola Maria Afonsina, na cidade de Várzea Alegre.

Em 2010 e 2011, no Ensino Médio, obteve duas medalhas de prata e em 2012, a última de ouro. Acumula, portanto, cinco medalhas de ouro e duas de prata. A conquista exigiu esforço, foi pesada, mas os frutos são leves e lhe trazem alegria.

A escola ficava perto da casa dele, na localidade de Vacaria. Ricardo ia todos os dias levado pelo pai, o agricultor Joaquim Oliveira, em um carrinho de mão, daqueles usados em serviços da construção civil. Foram dias de dificuldade.

O campeão dos números e da vida também é palestrante e fala para alunos das escolas do Ceará sobre superação de vida e outros temas motivacionais. O ciclo de palestra ocorre ao longo do ano, por iniciativa do governo do Estado do Ceará.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Estudante de São Vicente, SP, ganha a Olimpíada Brasileira de Astronomia

João Paulo Santos Gomes, de 13 anos, não tinha interesse pela matéria. Jovem que quer ser enxadrista no futuro trouxe título inédito para a cidade.


(G1) A medalha de ouro da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) foi para um estudante de São Vicente, no litoral de São Paulo. Dedicado aos estudos, o garoto João Paulo Santos Gomes, de 13 anos, mora em um bairro carente da cidade e fez a prova sem pretensão de ganhar. A conquista inesperada foi uma vitória para a escola e para a cidade.

O campeão descobriu que era bom em Astronomia apenas quando ganhou a competição. Ele frequenta o 8º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Doutor Mário Covas Júnior, na Área Continental de São Vicente, e sempre gostou de estudar, principalmente temas relacionados a exatas, mas nunca teve interesse específico por Astronomia.

Durante uma aula de Ciências, a professora começou a passar para a turma do 8º ano exercícios daquela disciplina pouco conhecida. Em uma semana, os alunos aprenderam mais sobre o sistema solar e a fazer exercícios de cálculos envolvendo o espaço. “Coisas sobre foguete, constelação. Ela pediu também para o pessoal olhar em casa o céu”, conta João Paulo. Em seguida, a professora decidiu inscrever os alunos mais interessados na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

João Paulo e os amigos decidiram encarar o desafio. A prova foi em maio deste ano e contou com questões dissertativas e de múltipla escolha. Os alunos tinham, no mínimo, 2h30 para terminar o exame. Segundo João Paulo, havia várias questões sobre matemática e raciocínio.

Em outubro, a escola recebeu a notícia de que João Paulo tinha conquistado a medalha de ouro da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) no nível 2, destinado a alunos do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental. “A gente recebeu um e-mail. Foi um susto. É a primeira vez na história vicentina que isso acontece”, vibrou a assistente de direção da escola, Ana Cristina Roberto Homsi.

O menino também ficou muito contente com o resultado que, para ele, foi inesperado. “Eu não estava muito interessado em fazer a prova, mas eu acabei fazendo. Eu não estudei muito, só prestei atenção no que ela dizia. Quando eu olhei a prova, eu achei divertida. Tudo que ela passou caiu na prova”, conta ele.

Para Cristina, o resultado foi fruto do empenho de João Paulo, que já era reconhecido por ser um bom aluno na escola. Ele já conquistou diversas medalhas e troféus em campeonatos regionais e brasileiros, como o bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) em 2012. “A gente procura encontrar alunos que se empenham, buscam, um diferencial porque é difícil. A maioria só quer zoar, tirar nota”, afirmou. Além disso, ela diz que as pessoas não acreditam que em uma escola pública irá sair um campeão de olimpíada de astronomia. “Existe um estigma que aluno de escola pública, que infelizmente vive em um bairro pobre, não conquista. Eu saí de escola pública, muitos professores também. Estar em uma escola pública não quer dizer que você não tenha futuro e ele está provando isso”, disse assistente de direção da escola.

O prefeito de São Vicente, Luis Claudio Billi, fez questão de entregar a medalha ao aluno, junto com o certificado e uma luneta. Mas a festa foi grande não apenas na escola. A mãe dele, Alessandra Santos, de 41 anos, não acreditou quando soube da notícia. “Eu fiquei em choque. Quando ele era bebezinho, eu o colocava na janela e falava para ele dar bom dia para o sol. E em lua cheia a gente ia ver. Eu me espantei, fiquei muito surpresa, até agora a ficha ainda não caiu”, conta a mãe do menino. Ela diz que o filho já recebeu medalhas pelos títulos em Olimpíadas de Matemática, mas que não conhecia o potencial dele para Astronomia. “Ele estuda muito no computador. Mas ele não é de ficar com a cara enfiada nos livros. É o que me espanta também”, disse ela.

A paixão de João Paulo é o xadrez. O estudante faz parte do Projeto Lindo Lance, realizado pela Secretaria de Educação, que tem como objetivo desenvolver a criatividade, o raciocínio, a imaginação e estimular o respeito ao próximo por meio do xadrez. Ele é destaque da cidade nessa modalidade e treina duas vezes por semana na escola. Se depender do jovem, ele dará 'xeque-mate' para matemática e para a astronomia e irá para se dedicar ao xadrez no futuro.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Medalhistas Olímpicos de Astronomia e Astrofísica Visitam Estande da AEB


(AEB/Brazilian Space) A equipe brasileira que conquistou cinco medalhas na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, em agosto último, na Grécia, visitou, nesta terça-feira (22), o estande da Agência Espacial Brasileira (AEB) no pavilhão que abriga as atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Brasília (DF).

Após participarem da abertura oficial da 10ª edição da Semana os estudantes Daniel Mitsutani e Luís Fernando Valle, ambos de São Paulo e medalhistas de prata, e Fábio Kenji Arai e Allan dos Santos Costa, os dois também paulistas, e Larissa Fernandes de Aquino, de Pernambuco, ganhadores de medalhas de bronze, foram recebidos pelo presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho.

Ele parabenizou o desempenho dos estudantes na competição e se disse orgulhoso em receber a visita da equipe no estande da Agência. “E muito importante recepcionar jovens interessados pelos estudos espaciais. São exemplos como o de vocês que nos ajudam a despertar cada vez mais nas pessoas o interesse pela astronomia”. O presidente desejou ainda que o empenho dos jovens “seja motivo de inspiração e estímulo para outros estudantes ingressarem na área cientifica”.

A estudante Larissa Fernandes de Aquino, de 18 anos, pretende iniciar o curso superior de Física em 2014. Ela disse ser seu objetivo dar continuidade aos estudos na área espacial. “Sempre tive bastante interesse em temas relacionados ao espaço. Participar de competições como a olimpíada internacional de astronomia e astrofísica e iniciar a faculdade de Física é apenas o começo da carreira que quero seguir”, destacou a estudante.

Antes de participarem da olimpíada internacional, os candidatos precisaram obter excelente pontuação na prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia e de Astronáutica (OBA). Também foi preciso participar de etapas seletivas e conquistar boa classificação. Depois de todo esse processo, os finalistas ainda passaram por um treinamento intensivo com astrônomos profissionais. A próxima edição da competição internacional está prevista para ocorrer em agosto do próximo ano na cidade de Suceava, na Romênia.
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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Piauiense é bicampeão em Olimpíada de Astronomia e Astronáutica na Bolívia

Weslley representou o país juntamente com quatro estudantes, sendo dois de Pernambuco, um do Paraná e um do Ceará.


(Portal O Dia.com) O estudante do Instituto Federal do Piauí (Ifpi), Weslley de Vasconcelos Rodrigues, foi bicampeão na V Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA). O resultado foi divulgado na quarta-feira, 23, em Cochabamba (Bolívia), sede da competição.

No ano passado, Weslley conquistou medalha de ouro na mesma competição, que ocorreu em Barranquilla (Colômbia). Nas duas edições, o piauiense esteve acompanhado do seu orientador, professor Leudimar Uchôa, que participou de toda a preparação do medalhista.

A OLAA 2013 foi dividida em três etapas: teoria, prática e reconhecimento do céu. A primeira foi dividida em duas partes, individual e em grupo, mesclando as delegações. Os estudantes ainda participaram de uma competição de lançamento de foguetes, construídos com garrafas pets. As últimas avaliações foram individuais e exigiram o reconhecimento do céu real e o manuseio de telescópio.

Weslley representou o país juntamente com quatro estudantes, sendo dois de Pernambuco, um do Paraná e um do Ceará. Ele também foi premiado com um telescópio de pequeno porte, conhecido como "Galileoscopio", por ter sido considerado, dentre outros 39 estudantes, o mais companheiro e carismático.

MCTI tem chamada aberta para propostas de Olimpíadas Científicas

Projetos aprovados serão financiados com mais de três milhões de reais

(JC) O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por intermédio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e da Secretária de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social - SECIS, abriu chamada para selecionar propostas de Olimpíadas Científicas de âmbito nacional para apoio financeiro. O projeto deve, por meio da sua realização como instrumento de melhoria dos ensinos fundamental e médio, identificar jovens talentosos que podem ser estimulados a seguir carreiras técnico-científicas.

As propostas devem ser acompanhadas de arquivo contendo o projeto e devem ser encaminhadas ao CNPq exclusivamente via Internet, utilizando-se do Formulário de Propostas online, disponível na Plataforma Carlos Chagas até 9 de novembro. Os projetos aprovados serão financiados com recursos no valor global estimado de R$ 3.460.000,00 (três milhões e quatrocentos e sessenta mil reais).

Mais informações pelo e-mail suporte@cnpq.br ou pelo telefone 0800 61 9697. Acesse o edital em: http://www.jornaldaciencia.org.br/links/Chamada45_2013.pdf

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Curitibana está entre os cinco brasileiros a disputar a Olimpíada de Astronomia e Astronáutica

(Paranashop) O Espaço é para o homem moderno o que foram os oceanos para os desbravadores dos séculos passados: um lugar ainda desconhecido, mas que pode trazer riquezas extraordinárias para quem estiver apto a desbravá-lo. É pensando nisso, que cinco estudantes brasileiros foram além dos muros escolares e participarão, entre os dias 19 e 23 outubro, em Cochabamba, na Bolívia, da5ª Olimpíada Latinoamericana de Astronomia e Astronáutica (OLAA). Entre eles está a curitibana, ex-aluna do Colégio Positivo e, atualmente, aluna do Curso Positivo, Ana Letícia de Lima Santos, que foi selecionada para integrar a equipe brasileira que irá para a OLAA.

Ana Letícia conquistou uma vaga devido aos resultados que obteve na 15ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), realizada em maio de 2012. Na competição nacional, a aluna ficou em primeiro lugar na categoria nível 1, com a nota de 8.9 na prova. “As aulas preparatórias semanais de Astronomia, oferecidas pelo Colégio Positivo em preparação para a OBA, assim como a dedicação e o apoio dos professores, somada à minha dedicação com estudos diários, foram fundamentais para que eu fosse selecionada para a equipe brasileira da OLAA”, afirma a estudante, que enquanto estudava no Colégio Positivo na 1ª e 2ª série do Ensino Médio, ainda conciliava os estudos no projeto Força Total, por meio do qual os alunos Ensino Médio do Colégio Positivo assistem a aulas de Física, Química e Matemática com professores do Curso Positivo.

“Acredito que o sucesso da Ana depende muito do empenho dela e do trabalho realizado pelo Positivo em todos os níveis e séries por onde passou e ainda estuda. Dificilmente um aluno consegue ter tanto sucesso e ser tão brilhante, como a Ana, se não tiver uma boa base, equilíbrio, muita determinação, disciplina e apoio da família. Por ser uma excelente aluna, Ana ganhou uma bolsa integral para cursar o Terceirão no Curso Positivo e ainda fazer um curso preparatório para o Instituto Tecnológico de Astronáutica (ITA)”, comenta Alceu Gnoatto, diretor do Curso Positivo. Segundo Gnoatto, Ana Letícia participou ainda da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), em que foi aprovada na 1ª fase e em primeiro lugar entre todos os alunos do Ensino Médio do Colégio Positivo e Curso Positivo, conseguindo 19 acertos em 25 questões.

Além de garantir a participação na OLAA, os resultados de Ana Letícia na OBA também oportunizaram sua presença na VIII Jornada Espacial Brasileira, evento realizado em 2012, em São Paulo. “A Ana Letícia é uma excelente aluna, preocupada em ampliar sua leitura de mundo e interessada em utilizar suas habilidades em prol do desenvolvimento da sociedade. Participar de competições de alto nível como a OBA e a OLAA permite a ela colocar seu conhecimento em prática, testar e expandir seus limites. A experiência nestas competições, ainda na adolescência, traz a ela um diferencial competitivo para a futura vida profissional”, avalia o diretor-geral do Colégio Positivo, professor Celso Hartmann.

Segundo ele, ainda, investir em cursos e competições de astronáutica pode estimular a formação de pesquisadores de qualidade, que auxiliam no desenvolvimento do país. “Conhecimento é básico, não há como ter sucesso sem ter construído conhecimento de qualidade, abrangente, durante toda a vida escolar. Entretanto, ter controle emocional para fazer frente às dificuldades impostas, determinação para sobrepujar os desafios são essenciais para conquistar os primeiros lugares em concursos de alto nível, sejam as principais olimpíadas do conhecimento ou os principais concursos vestibulares”, afirma.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente na SNCT

Projeto realiza atividades em Brasília e Rio de Janeiro

(JC) A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA), projeto educativo da Fiocruz, vai participar da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2013 em duas capitais brasileiras simultaneamente: Brasília e Rio de Janeiro.

As cidades irão receber a Mostra Olímpica, que traz uma compilação dos trabalhos premiados na última edição da Olimpíada. Um vídeo com um resumo dos projetos e banners com os destaques nacionais da 6ª OBSMA estarão expostos na área externa do Museu da Vida (Rio de Janeiro) e no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade (Brasília) de 21 a 25 de outubro. No Rio de Janeiro as atividades acontecem de 9h às 16h30 e em Brasília, de 9h às 18h, com entrada franca em ambas as cidades.

Na capital federal haverá ainda o lançamento da sétima edição da Olimpíada, na tarde da quarta-feira, dia 23. A coordenadora nacional da OBSMA, Cristina Araripe e a coordenadora da regional Centro-Oeste, Luciana Sepúlveda, estarão presentes no evento, que terá apresentações culturais e contará com a presença de ex-participantes da Olimpíada vindos do Distrito Federal .

A Mostra Olímpica é realizada com o apoio do CNPq e já esteve em Recife no mês de julho, durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O vídeo com os projetos premiados e os banners olímpicos ficaram expostos na Fiocruz Pernambuco, com visitação gratuita.

Sobre a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente
A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA) é um projeto educativo criado em 2001 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). A OBSMA tem abrangência nacional e a cada dois anos recebe, avalia e divulga atividades desenvolvidas por professores e alunos em sala de aula. A Olimpíada contempla os projetos realizados por alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 4º ano do Ensino Médio - incluindo os ensinos profissionalizante e de jovens e adultos (EJA) -, nas modalidades Produção Audiovisual, Produção de Texto e Projeto de Ciências.

A OBSMA busca incentivar a realização de trabalhos que contribuam para a melhoria das condições ambientais e de saúde no Brasil, além de possibilitar que o conhecimento científico se torne próximo do cotidiano escolar e que as atividades pedagógicas de professores e escolas ganhem visibilidade. Estão entre os objetivos da OBSMA: (1) incentivar a realização de atividades interdisciplinares relacionadas à saúde, ao meio ambiente e à qualidade de vida, nas escolas brasileiras de educação básica e (2) conhecer, valorizar e divulgar estas atividades.

Contabilizando cerca de quatro mil projetos inscritos em todas as edições, a Olimpíada já recebeu trabalhos que chamaram a atenção para temas como preservação de recursos hídricos, problemas gerados pelo lixo, malefícios causados por agrotóxicos, entre outros, expressos em poesias, documentários, cordéis, pesquisas de campo, reportagens e projetos de reciclagem.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Olimpíada de História define vencedores

Campinas recebe a última fase as competição neste fim de semana

(JC) Realizada no próximo sábado e domingo (19 e 20), em Campinas, a última fase da 5ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), realizada pelo Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, reunirá cerca de duas mil pessoas. Todos os estados estão representados entre as 301 equipes convocadas para a etapa presencial. A programação inclui - além de prova dissertativa para os estudantes - palestra para os professores, cerimônia de premiação e confraternização com show de rock. Vencedores serão conhecidos no domingo, no Ginásio do Guarani.

Todas as equipes finalistas serão premiadas com medalhas de ouro (15), prata (25), bronze (35) e honra (226). Além das medalhas, cada membro da equipe (estudantes e professores) será contemplado com certificado de participação. As escolas também serão homenageadas com troféu referente à premiação conquistada pelas 35 equipes mais bem classificadas.

No sábado (20), a programação acontece no campus da Unicamp, em Barão Geraldo. No período das 9 às 12 horas, enquanto os estudantes realizam a prova dissertativa da última fase no pavilhão do Prédio Básico 2, os professores participam de palestra com a Comissão Organizadora da ONHB, no Centro de Convenções. A partir do meio dia, as equipes poderão realizar a tradicional foto oficial, registrando a participação no evento.

A aguardada cerimônia de premiação será realizada a partir das 8 horas do domingo (20), no ginásio do Guarani Futebol Clube, no Jardim Guarani. Após o congraçamento das equipes, haverá a confraternização com lanche e show de rock.

Reconhecimento
A Olimpíada Nacional em História do Brasil chega à sua quinta edição, tendo se consolidado no calendário anual das escolas brasileiras, públicas e privadas. Cristina Meneguello, que é historiadora do IFCH e coordenadora da ONHB, diz que a competição tem sido aguardada com ansiedade por estudantes e professores, a cada ano. "A ONHB traz à atenção temas originais e pouco estudados. Isso quer dizer que, no limite, a Olimpíada começa a impactar também no currículo das escolas", afirma. Para Cristina, as equipes finalistas já podem ser consideradas vitoriosas, pois chegaram à última etapa da competição tendo disputado a vaga com milhares de concorrentes. "A participação nas diferentes fases da Olimpíada proporciona uma experiência de aprendizagem e de companheirismo entre os colegas e seus professores. De certo modo, todos ganham ao participar".

Fase final da Olimpíada Brasileira de Matemática acontece neste fim de semana

Vencedores concorrem a vagas para representar o país em competições internacionais de matemática

(JC) Estudantes de todo o país participam da terceira e última fase da 35ª Olimpíada Brasileira de Matemática, a OBM, que acontece neste fim de semana. Os vencedores poderão participar do processo de seleção para conquistar as vagas para representar o país em competições internacionais de matemática.

A primeira fase da OBM foi realizada em junho reunindo 200 mil estudantes. Os concorrentes da terceira fase foram classificados dentre os mais de 17 mil estudantes que participaram da segunda etapa realizada em setembro. As provas da fase final serão aplicadas neste sábado (19) e domingo (20), a partir das 14h00 (horário de Brasília), nos centros de aplicação em todo o país. A lista de locais de prova pode ser consultada no site da OBM (www.obm.org.br)

Provas sábado e domingo
Os estudantes do nível 1 (6º e 7º ano do ensino fundamental) terão uma prova discursiva contendo cinco questões a ser resolvidas em um tempo máximo de quatro horas e meia a ser realizada no sábado (19). O nível 2 (8º e 9º ano do ensino fundamental), nível 3 (ensino médio) e o nível universitário (estudantes de graduação) farão duas provas discursivas realizadas nos dias sábado (19) e domingo (20) com três problemas em cada dia que devem ser resolvidas no prazo máximo de quatro horas e meia em cada dia. A lista com os vencedores da olimpíada será publicada em dezembro no site da competição.

Prêmios
Os participantes concorrem a medalhas de ouro, prata, bronze e menções honrosas. Os medalhistas da OBM serão convidados a participar da 17ª Semana Olímpica, em janeiro de 2014, evento que dará início ao processo de seleção para representar o país em competições internacionais de matemática.

Sobre a olimpíada
A OBM é uma competição realizada desde 1979, cujos objetivos são estimular o estudo da matemática, contribuir para a melhoria do ensino no país, identificar e apoiar estudantes com talento para a pesquisa científica e selecionar e preparar as equipes brasileiras que participam das diversas competições internacionais de matemática, onde competem os melhores estudantes de cada país na área.

O projeto é uma iniciativa conjunta do Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (IMPA), da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), do Ministério de Educação (MEC) por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Matemática (INCT-Mat).

Para outras informações relacionadas com a competição, consulte: www.obm.org.br

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Aluno de PG recebe Prêmio Nacional de Astronomia e Astronáutica


(Ponta Grossa) O aluno Gabriel Philippini Ferreira Borges, do oitavo ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Pio XII, recebeu o certificado e a medalha de ouro da Olimpiada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Gabriel foi o vencedor no nível 3, para alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Com o objetivo de incentivar o estudo de Ciências, a competição consistiu em provas realizadas em todo o país nas escolas públicas e privadas participantes, com questões de astronomia, astronáutica e energia de diferentes graus de conhecimento, para crianças e jovens de todas as séries dos Ensinos Fundamental e Médio.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Treze alunos do Colégio de Aplicação são premiados em Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

(Diário de Pernambuco) Treze alunos do Colégio de Aplicação, da Universidade Federal de Pernambuco, foram premiados com medalhas de ouro, prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) 2013. Quatro estudantes também receberam medalha de bronze na Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog 2013).

A OBA é uma iniciativa da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Eletrobrás Furnas. A Mobfog é um evento vinculado à OBA pelo qual os alunos são incentivados a produzir e testar foguetes com diversos tipos de propulsão. No Colégio de Aplicação, as atividades são organizadas pela professora Marta Bibiano, de Física.

Receberam medalha de ouro os alunos: Ariovaldo Capuano Neto e Matheus Leite Queiroz Nunes. A medalha de prata foi entregue a: Fernanda de Brito Freire do Nascimento, Aline Maria Tenório Gouveia, Gabriel Leite Queiroz Nunes, Matheus Frederico Assis Oliveira, Lucas Oliveira Maggi, Marcelo Henrique Simões Silva e Pedro Filipe Medeiros Gomes. Os agraciados com a medalha de bronze foram: Gabriel Almeida Schneider, Beatriz de Brito Pontes, Bruno de Souza Leão Torres e Yuri Silva Coelho.

Diante dos resultados obtidos na XVI OBA, os alunos os alunos Bruno de Souza Leão Torres e Pedro Filipe Medeiros Gomes foram pré-selecionados para participarem do processo de seleção de duas equipes de cinco alunos cada que representarão o Brasil na International Olympiad of Astronomy and Astrophysics (IOAA) e na Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), ambas em 2014.

A equipe premiada com medalha de bronze na MOBFOG 2013 era formada por: Ariovaldo Capuano Neto, Gabriel Leite Queiroz Nunes, Matheus Leite Queiroz Nunes e Sofia Martins de Barros.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Floresta é palco de Olimpíada

V Olimpíada de Ciências na Floresta Nacional de Caxiuanã faz parte das comemorações pelo aniversário de 20 anos da Estação Científica do Museu da Amazônia

(JC) Para chegar à Floresta Nacional de Caxiuanã, saindo de Belém do Pará, são aproximadamente 16 horas navegando por rios da Amazônia. A viagem permite o desbravar de um mundo que a maioria dos paraenses sequer nem ouve falar; o que torna o conhecimento sobre a Flona ainda mais raro. Caxiuanã abriga a Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), base de pesquisas do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). A viagem até a Estação é longa e cansativa, mas isto passa despercebido quando se chega ao destino e se tem a certeza de estar no coração da Amazônia.

Nesse começo de outubro uma centena de meninos e meninas, que compõem as populações ribeirinhas dos municípios de Melgaço e Portel, no arquipélago do Marajó, se concentra na Estação Científica Ferreira Penna para participarem da V Olimpíada de Ciências na Floresta Nacional de Caxiuanã. Em sua maioria crianças, estes estudantes ficam durante uma semana fascinada e entusiasmada com o aprender de ensinamentos que irão levar para toda a vida e os ajudam na construção de suas identidades.

Em 2013 a Olimpíada de Ciências tem como tema "Ciência, saúde e esporte", o mesmo da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), onde o Museu Goeldi é vinculado. O evento teve inicio na última sexta-feira, 4 e segue até o próximo dia 10 transformando a vida dos participantes por meio de oficinas e práticas esportivas.

As oficinas da Olimpíada são ministradas por pesquisadores e técnicos das variadas áreas de pesquisa do Museu Goeldi, a instituição de pesquisa mais antiga da Amazônia e de outras instituições de ensino e pesquisa, como a Universidade Federal do Pará e a Universidade do Estado do Pará.

Este ano o evento reúne cerca de 130 estudantes marajoaras, que estão alojados na Estação Ferreira Penna junto com alguns de seus professores e do toda a equipe do Museu Goeldi e de voluntários que não medem esforços para a tarefa árdua, porém não menos gratificante que é despertar do interesse das comunidades locais pela ciência.

Por falar em 2013, a V Olímpiada de Ciências faz parte da programação que foi preparada para comemorar os 20 anos da Estação Científica do Museu Goeldi que através de profissionais qualificados trabalham incansavelmente em prol do melhor conhecimento e preservação da Floresta Amazônica.

Os estudantes - em sua maioria crianças e adolescentes, são naturais do município de Melgaço, e do município vizinho, Portel. Na companhia de seus professores, chegaram todos juntos, em comitiva, à base do Museu Goeldi, que durante os dias do evento oferece além do alojamento, alimentação. Em 2013, mais uma vez, a Olimpíada contou com apoio financeiro das Prefeituras de Melgaço e Portel e de empresas parceiras para arcar com os gastos das refeições.

Incentivo ao esporte, melhoria à vida - Fazendo jus à temática a Olimpíada fomenta a competição esportiva de forma saudável entre as crianças. Voluntários, oficiais do Corpo de Bombeiros do Pará e educadores físicos contribuem na aplicação de atividades que além de ensinar sobre o melhor funcionamento do corpo humano, propiciam a um hábito de vida mais saudável.

Mauro Silva é educador físico há 12 anos e pela primeira vez está em Caxiuanã como voluntário da Olimpíada de Ciências. Ao lado de João Nunes, estudante de Química da UFPA, os dois ministram a oficina "Investigando os benefícios de praticar esportes". A oficina tem como objetivo mostrar para os estudantes a importância para a saúde e o bem-estar de toda e qualquer atividade esportiva.

"A capoeira, por exemplo, exige de seu jogador disciplina. Ele tem que respeitar o companheiro e saber esperar a sua vez", diz João Nunes. Segundo ele essa 'disciplina' é fundamental não só no jogo, mas no dia-a-dia de cada um. Respeito pelo próximo é fundamental em qualquer situação e o esporte tem o poder de transmitir isso para as pessoas.

Cada esporte tem suas regras para serem cumpridas, assim como há regras impostas pela sociedade para o melhor convívio das pessoas. Mauro Silva revela que quem aprende a respeitar essas regras através do esporte, consequentemente muda sua postura em relação à vida.

Além de ministrar a oficina, Mauro Silva também auxilia nas competições que são promovidas na Olimpíada. O educador disse à reportagem que os participantes acabam sendo muito competitivos, querendo sempre a vitória. Seu trabalho surge para atenuar essa competitividade, favorecendo a integração entre os participantes de forma pacífica, vendo o adversário como outro competidor e não como inimigo. A V Olimpíada de Ciências na Floresta Nacional de Caxiuanã têm competições de casquinhagem - canoas pequenas, queimada - jogo de quadra em que dois times tentam eliminar os integrantes adversários com uma bola, futebol e salto ornamental.

Ao final da oficina "Investigando os benefícios de praticar esportes", os estudantes irão expor cartazes confeccionados por eles próprios onde apresentarão que benefícios são esses, descobertos ao longo das palestras e conversas como seus instrutores.

O esporte como integrador social - O que muito se observa analisando os meninos e meninas marajoaras é a timidez que torna o contato com o outro difícil. Falar em público então é um ato que pouquíssimos dominam.

Darielma Freitas tem 22 anos e cursa o ensino fundamental. Para ele o esporte ajuda a quebrar barreiras e permite a possibilidade de interagir, se relacionar com o outro; trocando experiências, conhecendo novidades, fazendo amizade. A jovem conta estar muito contente em conhecer a Estação do Museu Goeldi, que segundo ela é um espaço preservado, com muitas árvores de pé. Na fala de Darielma nota-se a simplicidade e quiçá a falta de informação, mas também a preocupação com a preservação do meio ambiente, que inclusive, em Portel, onde ela reside, tem sido cada vez mais devastado.