Cerca de 160 estudantes de 27 países passaram uma semana no Rio de Janeiro e em Vassouras disputando as provas.
(JC) Mais de 30 menções honrosas, outras 30 medalhas de bronze, quase 30 de prata e cerca de 20 de ouro, além de prêmios especiais individuais e de equipe. Esse foi o saldo geral da 6ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, sigla em inglês), que aconteceu no Rio de Janeiro e na cidade fluminense de Vassouras de 4 a 13 de agosto. Foi a primeira vez que a América Latina recebeu o evento e a primeira vez que o Brasil hospedou uma olimpíada científica internacional.
O Brasil recebeu duas medalhas de prata, para Pedro Rangel Caetano e Ivan Antunes Filho; e uma de bronze, para Breno Levi Corrêa, além de menções honrosas para Juliane Fraga, Murilo Coelho, Mateus Rosado, Onias Silveira, Fabio Arai, Karoline Bürguer. Os estudantes que representaram o País foram selecionados a partir da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), que é realizada desde 1998.
Sobre sua experiência no IOAA, Ivan destaca a importância do intercâmbio cultural. "No ano passado, ganhei um bronze; agora conquistei uma prata. Termino a IOAA com a sensação de dever cumprido. Mas quero ressaltar uma coisa: aos olhos das outras pessoas, parece que o mais importante da competição é ganhar medalha. Mas, na prática, o que é mais valioso é a troca de cultura, o quanto aprendemos com os amigos que fizemos e os contatos que vamos manter daqui para frente, essenciais para o nosso futuro profissional", explica Ivan.
O mineiro Breno Leví Corrêa, por sua vez, estreou na competição, ganhando uma medalha de bronze. Único representante de Minas Gerais, Breno destacou a possibilidade de servir de exemplo em seu estado: "Eu não imaginava que ganharia uma medalha porque não achei que fiz tudo o que poderia nas provas. Foi uma surpresa e tanto, fiquei realmente muito feliz. Quem sabe eu possa ajudar a disseminar a IOAA em Minas e incentivar outros jovens", questiona.
Entre as duas dezenas de vencedores de medalhas de ouro, destacaram-se três estudantes que obtiveram as melhores notas: os tchecos Jakub Vosmera (3º lugar) e Stanislav Fort (2º lugar) e o lituano Montiejus Valiunas, que, além do primeiro lugar entre as medalhas de ouro, venceu na categoria melhor análise de dados e na de Campeão Absoluto. A China ganhou o prêmio de melhor equipe e também se destacou ao levar três medalhas de ouro e duas de prata, quase empatando em resultados com a Índia, que teve três de ouro, uma de prata e uma de bronze.
"Hoje nosso trabalho atinge seu ponto mais alto, o auge. E o resultado é um sucesso. Vocês se divertiram, alguns ficaram com saudades de casa, outros ficaram doentes com o frio, mas todos levarão lindas lembranças", relembra Chatief Kunjaya, presidente da IOAA, direcionando seu discurso aos estudantes.
Modalidades - 160 jovens alunos do ensino médio de 27 países competiram em três modalidades de prova: observacional, na qual demonstram seus conhecimentos sobre o céu; teórica, na qual resolvem problemas de astronomia e astrofísica; e prova prática, em que utilizam e interpretam dados como um astrônomo profissional.
A abertura e o encerramento aconteceram no Rio de Janeiro, mas as provas foram disputadas na cidade fluminense de Vassouras, interior do estado. O encerramento se deu ontem (13) à noite, no Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast). "O Brasil está orgulhoso de receber a IOAA. É o primeiro evento global dessa natureza realizado aqui e acontece quando estamos vivendo um momento frutífero na Ciência e Tecnologia", ressalta Glaucius Oliva, presidente do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNPq), representando o ministro de C,T&I, Marco Antonio Raupp na solenidade.
Thais Mothé-Diniz, chefe do Comitê Organizador local, fez um agradecimento especial aos guias que "tomaram conta" dos estudantes, "trabalhando como mães e pais deles", além dos líderes de equipe e colaboradores. A diretora do Mast, Maria Margaret Lopes, parabenizou os estudantes "pelo trabalho maravilhoso" e lembrou que o evento deixará um "legado para Vassouras", já que os equipamentos utilizados serão doados para escolas públicas da região.
Futuro - "Não podemos perder a oportunidade de investir nos estudantes, que são nosso futuro na área. A IOAA foi uma grande realização para nós", recorda Oliva, lembrando também que o Rio de Janeiro receberá os Jogos Olímpicos de 2016 e que o governo pretende organizar uma Olimpíada do Conhecimento para o mesmo ano.
O presidente do CNPq foi uma das autoridades a entregar as medalhas e menções aos vencedores, junto a Luiz Edmundo da Costa Leite, secretário de C&T do estado do Rio de Janeiro; Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão de C&T do MCTI; Sérgio Fontes, diretor do Observatório Nacional; Luiz Davidovich, diretor da Academia Brasileira de Ciências; e Diógenes de Almeida Campos, diretor do Museu de Ciências da Terra, entre outros.
"É o fim desta olimpíada, mas também é o começo de uma nova etapa, a de preparação para a de Olimpíada de Volos, na Grécia", lembra Kunjaya, anunciando a 7ª edição da IOAA em 2013. Durante a cerimônia de encerramento, foi realizada a passagem de bandeira à Grécia, que levou uma medalha de prata, duas de bronze e duas menções honrosas.
Participaram da Olimpíada no Brasil: Bangladesh, Bielorrússia, Bolívia, Brasil, Bulgária, China, Colômbia, Croácia, República Tcheca, Emirados Árabes, Grécia, Hungria, Índia, Indonésia, Irã, Coreia, Cazaquistão, Lituânia, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia, Singapura, Eslováquia, Sri Lanka, Tailândia, Ucrânia.
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