sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Professores comentam como melhorar a nota de ciências no PISA



(Mercado da Comunicação) Com a divulgação do resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) 2012, foi revelado o desempenho dos alunos brasileiros nas provas de matemática, leitura e ciências. O pior resultado do Brasil foi o 59º lugar em ciências em um ranking de 65 países. Em 2009, ocupava, na mesma matéria, a 53ª posição.

Para o astrônomo João Batista Garcia Canalle, coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), para melhorar a colocação do Brasil no ranking é preciso valorizar a profissão no país. “As escolas devem ter docentes de todas as disciplinas. A autoridade em sala deve ser restaurada e o professor deve ter salário digno.”

De acordo com o professor Rubens Oda, coordenador da Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), os alunos na primeira infância se interessam por ciências ao estudar animais e plantas. Já nos anos finais dos ensinos fundamental e médio, a matéria se transforma em Biologia, Química e Física, surgindo assim o desinteresse. “Essa transformação se dá pela forma medieval de ensinar e pela fragmentação de conteúdos que parecem ser desconectados da vida cotidiana do estudante.”

- Como será a sala de aula nos próximos anos? Será que não é hora de trazermos a tecnologia para os cursos? O professor não pode se acomodar. Os ‘professorssauros’ estão fadados à extinção! Uma mudança na atuação e a extensão da sala de aula à casa do aluno são realidades da educação mundial – afirma Oda.

Para os estudantes terem motivação em aprender é necessária a experimentação, é o que ressalta João Canalle. Ele afirma ainda que quando o educador provê uma demonstração de maneira prática, ou seja, uma atividade lúdica que “vai além do quadro negro”, os jovens prestam mais atenção. “Nosso ensino é puramente livresco. O docente não sabe passar o conteúdo com ajuda de laboratórios quando os tem. Não sabe improvisar um experimento ou demonstração.”

- As olimpíadas científicas mostraram aos professores que há muito de experimental e prático. E isso tudo pode ser explorado em sala de aula, desde que se conheça, com certa profundidade, os conteúdos a serem ensinados. Essas iniciativas tentam levar para os professores conhecimentos, técnicas de ensino e informações. Torna assim a aprendizagem demonstrativa e divertida. – enfatiza Canalle.

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