segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Estudantes vão representar o Brasil em olimpíada de ciências na Índia

Grupo formado por seis alunos vai embarcar neste sábado (30). Competição terá prova em teste, dissertativa e parte prática.



(G1) Seis adolescentes vão representar o Brasil na 10ª Olimpíada Internacional de Ciências Júnior (International Junior Science Olympiad, ISJO, na sigla em inglês) que ocorre em Pune, na Índia, de 3 a 12 de dezembro, e contará com a participação de 40 países. O embarque da delegação brasileira será neste sábado (30).

A competição reúne jovens de todo o mundo com até 15 anos de idade, porém os conteúdos cobrados são de níveis de ensino mais altos do que eles cursam. Da equipe do Brasil, quatro alunos são do Estado de São Paulo: Matheus Henrique de Almeida Camacho, Leonardo Henrique Martins, Marina Maciel Ansanelli (a caçula do grupo, a única com 14 anos, o restante tem 15) e Letícia Pereira Souza que mora em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba. Há um representante do Ceará (Fortaleza), Lucca Morais de Arruda Siaudzionis, e outro de Alagoas (Maceió), José Rodolfo de Farias Neto.

Para chegar à equipe internacional, os brasileiros encararam várias provas como seletiva. Na última etapa, havia 200 candidatos, entre os quais os seis foram escolhidos. A concorrência acirrada deve se manter na Índia, onde eles vão participar de três dias seguidos de competições com alunos do mundo todo.

No primeiro dia há uma prova com 30 testes de química, física e biologia; no segundo uma prova dissertativa dessas disciplinas; e no terceiro e último há a etapa experimental. Nesta última fase, os adolescentes, divididos em dois trios, cumprem missões práticas. Como as provas são montadas pelo país-sede da competição, é possível que elas cobrem conhecimento sobre características locais como vegetação ou animais.

O Brasil participa da ISJO desde 2004. No ano passado, quando a competição foi realizada no Irã, o time brasileiro voltou para casa com seis medalhas. Também ficou em primeiro lugar na fase experimental.

"A expectativa é de que a equipe faça um excelente papel. Fizemos uma semana de treinamento intensivo, e eles foram muito bem nos simulados. Vamos disputar com países como China, Rússia, Coreia que têm níveis de ensino altíssimos e o Brasil tem conseguido competir à altura. Temos grandes chances de fazer bonito lá fora, e mostrar que o Brasil não é só o país do futebol", afirma Ronaldo Fogo, coordenador das turmas olímpicas de física do Objetivo.

O veterano da turma é Matheus Camacho, aluno do 9º do ensino fundamental do Colégio Objetivo, que disputou a ISJO no ano passado no Irã e levou medalha de prata na prova teórica e ouro na prática. "A equipe deste ano também está muito boa, vai ser legal, não costumo ficar muito nervoso, também vou ter a missão de passar calma para o grupo", diz.

Outro expert na equipe brasileira é Lucca, de Fortaleza, que já tem no currículo três medalhas de competições internacionais. Uma conquistada em Moçambique e duas na Argentina. "Estou um pouco ansioso, mas o time está bem preparado."

Rodolfo admite a ansiedade e a tensão perante os competidores asiáticos que tradicionalmente são excelentes em ciências exatas, mas afirma estar otimista por um bom desempenho brasileiro. O grande incentivador de Rodolfo, é seu pai, o professor de química José Rodolfo de Farias Filho, de 47 anos, vai acompanhar a equipe na viagem para a Índia.

Primeiro voo
Letícia e Leonardo farão neste sábado o primeiro voo de suas vidas, e por isso, tentam controlar a ansiedade. "Estou animada, esta vai ser uma oportunidade única", diz Letícia, que começou a participar de olimpíadas há três anos.

"Acho que a alimentação vai mudar bastante, veremos arquitetura, construções e costumes muito diferentes, vai ser interessante essa troca de cultura. Vai dar para conhecer gente de todo mundo", afirma Leonardo, aluno do Objetivo e bolsista do Ismart. Também vai ser sua estreia em competições internacionais - ele possui pelo menos 15 medalhas em olimpíadas, mas ainda não tinha tido a chance de disputar fora do Brasil.

"As olimpíadas trazem novos desafios, eu gosto de estudar e os conteúdos são mais avançados e instigantes. Fico com mais vontade de entender. Além disso nas competições dá para conhecer pessoas novas com interesses parecidos", diz Leonardo.

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