"Tive que superar vários obstáculos", conta Murilo Corato Zanarella, após conquistar mais de 30 medalhas dentro e fora do Brasil
(Portal Brasil) Boa parte dos estudantes das escolas brasileiras costumam enxergar a matemática como uma das disciplinas mais temidas. Geralmente, a maior parte deles tem grande dificuldade com números, contas, fórmulas.
Entretanto, nem todos a encaram assim. Murilo Corato Zanarella, de 16 anos, demonstra, desde o primeiro ano escolar, muita facilidade e aptidão pela matéria. O interesse e o prazer em que sempre dedicou ao estudá-la resultou em prêmios, como a medalha de prata na última edição da Olimpíada Internacional de Matemática, a competição mais importante do mundo na área.
Em entrevista ao Brasilidade, Murilo, natural de Amparo, interior de São Paulo, conta que já nas primeiras séries, professores perceberam sua aptidão e lhe passavam exercícios extras para estimulá-la. Segundo o estudante, esse incentivo fez com que ele pudesse conhecer o lado criativo e desafiador da matemática.
Murilo lembra que foi apresentado às Olimpíadas de Matemática em 2008, quando estava na sexta série do ensino fundamental. Esse primeiro contato com o mundo das Olimpíadas foi por meio de um professor, que notou o potencial que ele tinha para a área de exatas. A partir daí, Murilo seguiu e não parou mais, se tornando um grande vencedor dessas competições.
Conquistas
De lá para cá foram mais de 30 medalhas em competições nacionais e internacionais: medalha de prata na Olimpíada Internacional de Matemática em 2014; ouro na Ibero-Americana com a maior pontuação possível; ouro na Olímpiada do Cone Sul (2013); duas pratas na Olimpíada da Ásia e do Pacífico (2013 e 2014); dois ouros (2012/2013) e dois bronzes (2009/2011) na Olimpíada Rio Pratense, organizada pelos países da América do Sul banhados pelo Rio da Prata: Argentina, Uruguai e Paraguai.
Participou ainda seis vezes da Olimpíada Brasileira de Matemática, conquistando um ouro (2013), duas pratas (2012/2011) e dois bronzes (2010/2009); venceu a Olimpíada Brasileira de Astronomia em 2011, além de ficar em primeiro lugar em cinco edições da Olimpíada Paulista, entre muitas outras.
No entanto, apesar desse sucesso, Murilo lembra que chegar a esses resultados não foi nada fácil: “Eu tive que superar vários obstáculos. Inicialmente, por vir de uma cidade pequena do interior, eu não sabia muito bem nem o que deveria estudar para as competições,” confessou.
Segundo Murilo, participar das Olimpíadas o ensinou a organizar seus estudos, traçar objetivos e a ter dedicação. Ele conta que seu interesse e aptidão pela matemática garantiu a ele muitas oportunidades. A mais recente foi a conquista de uma bolsa de estudos integral em um dos maiores colégios privados da capital paulista.
De acordo com a mãe do estudante, Leila Corato, o caminho que o filho percorreu para chegar a uma olimpíada como a Olimpíada Internacional de Matemática exigiu, além de talento, muito comprometimento e dedicação.
“Apesar de a caminhada nem sempre ter sido fácil, ainda acreditamos que vale a pena acreditar nos sonhos e que para buscá-los todo esforço é válido. Nos orgulhamos muito da dedicação do Murilo nos últimos anos, o que nos faz acreditar realmente que a educação é o caminho mais promissor para grandes conquistas. A história de empenho dele é um incentivo para muitos jovens.”
Relação com os amigos
Murilo conta que seu gosto pela matemática influencia os próprios amigos. Segundo ele, pessoas que antes não suportavam a matemática quando o conhecem ou sabem sua história acabam demonstrando mais interesse pela disciplina. Murilo atribui isso ao fato de a Matemática das Olimpíadas ser muito diferente da ensinada tradicionalmente nas escolas.
“Na escola você aprende algumas regras e simplesmente as aplica. A matemática das Olimpíadas tem um lado muito mais criativo, você praticamente desenvolve sua própria teoria para resolver os problemas”.
Ele acredita que quando as pessoas têm contato com esse lado mais dinâmico da matemática acabam vendo a matéria de modo diferente, gostando dela. Murilo enxerga a matemática como uma forma de arte e acredita que sua proximidade com a disciplina o tornou um jovem altamente crítico
Carreira
Ao conversar com o Brasilidade, o estudante Murilo Corato revelou pretender seguir a carreira de pesquisador. Ele presta vestibular no final desde ano para o curso de matemática e traça planos para o futuro, com mestrado e doutorado na área, pois segundo ele, gosta de refletir sobre uma matemática mais dinâmica. De acordo com Murilo, ele deseja, no futuro, pesquisar sobre problemas abertos e existentes na matemática.
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