(João Batista Garcia Canalle - JB) O Brasil está muito próximo de se tornar uma potência olímpica esportiva. Somos pentacampeões do mundo de futebol, supercampeões no vôlei, e nossos atletas conquistam cada vez mais medalhas na maioria dos torneios internacionais que disputam.
Mas como vamos na educação? Apesar de ainda termos muito a caminhar para abraçarmos todos os nossos jovens, de Norte a Sul, existe uma elite intelectual que representa o Brasil de forma magnífica em olimpíadas científicas internacionais. Ouso afirmar que já somos uma potência científica. Mas pouco se fala dos nossos "campeões do saber". Neste ano, por exemplo, estudantes brasileiros conquistaram duas medalhas de prata, uma de bronze e seis menções honrosas na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês) e duas de ouro e três de prata na etapa Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA). Além de inúmeras conquistas em eventos internacionais de outras ciências.
Essas iniciativas são as principais ferramentas de que dispomos no país para estimular nossos jovens a estudar mais e melhor. Colaboram para a melhoria do processo educacional, estimulando a capacitação e a atualização de professores e ainda favorecem a identificação de alunos talentosos. A cada dia, os jogos de conhecimento mostram ser possível fomentar uma nova geração de estudiosos e pesquisadores sedentos pelo saber em todas as áreas. Mas, apesar de tantas conquistas, muita gente no meio acadêmico simplesmente não dá importância a esses eventos.
Nos últimos 15 anos, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), por exemplo, apresentou uma elevação literalmente astronômica no número de estudantes inscritos. Enquanto na edição de 1999 reunimos cerca de 15 mil estudantes, no ano passado ultrapassamos os 800 mil. Um aumento superior a nada menos que 5.000 %. Mas temos muito trabalho a fazer.
O país tem hoje 50 milhões de alunos, 2 milhões de professores e 190 mil escolas. É necessária uma atuação maior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) para manter atualizados os dados do censo escolar. É importante também que o Ministério da Educação (MEC) se envolva com nossas iniciativas e faça uma ampla campanha para divulgar a importância dos jogos do saber e das mostras e feiras científicas. É fundamental também que a União Nacional dos Dirigentes de Educação (Undime) envolva as secretarias municipais de Educação e as escolas em eventos de conhecimento. Somente por meio de um trabalho em conjunto poderemos melhorar todas as cadeias do processo educacional das redes públicas e privadas e, assim, construirmos um futuro melhor para os nossos jovens.
No ano que vem, podemos dar um importante passo durante o Fórum Mundial da Ciência, que vai ser realizado no Brasil. Os coordenadores das olimpíadas de conhecimento e os representantes dos ministérios da Educação (MEC) e de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCT) pretendem lançar um projeto para a realização de uma megaolimpíada internacional de conhecimento em 2016 no nosso país, que congregaria todas as competições internacionais de conhecimento daquele ano. Esse evento aconteceria justamente no ano em que os jogos olímpicos esportivos serão disputados no Rio de Janeiro.
Sonho com um futuro em que os nossos “medalhistas do saber” sejam recebidos também pelo presidente da República, assim como ocorre cada vez que o Brasil ganha uma Copa do Mundo de futebol.
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