sexta-feira, 4 de novembro de 2011

'Supercampeã olímpica', jovem de SP quer estudar astrofísica em Harvard

Estudante de 17 anos conquistou 30 medalhas em olimpíadas estudantis. Filha de vendedora e cobrador de ônibus vai prestar USP e Unicamp.



















(G1) Mais do que 30 medalhas conquistadas em olimpíadas de física, química, informática, matemática, astronomia, robótica e linguística no mundo todo, a estudante Tábata Cláudia Amaral de Pontes, de 17 anos, moradora de São Paulo, guarda lembranças, contatos, culturas e histórias dos amigos estrangeiros que fez por onde passou.

Bolsista do Colégio Etapa, Tábata é filha de uma vendedora de flores e um cobrador de ônibus. Ela conclui em 2011 o terceiro ano do ensino médio e diz que encerra a vida de "atleta". O próximo desafio é ingressar na universidade. A jovem quer estudar astrofísica e ciências sociais na Harvard University, nos EUA, ou em outra instituição de ensino superior americana. Está participando de oito processos seletivos para conseguir bolsa de estudos.

Também vai prestar física na Fuvest, medicina na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e engenharia de aeronaútica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

As medalhas de Tábata estão guardadas na casa dos pais na Vila Missionário, Zona Sul de São Paulo, onde também estão os dois baús repletos de presentes que trocou com os participantes das olimpíadas na China, Turquia e Polônia, e em várias cidades brasileiras. Ela também coleciona moedas e notas em papel.

A primeira medalha foi uma de prata que veio aos 12 anos, em 2005, quando ela fez sua estreia nos torneios estudantis com a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). No ano seguinte, ganhou o ouro e bolsa de estudos da escola Etapa, onde vai concluir o terceiro ano do ensino médio neste ano. De lá para cá, foram dezenas de competições e títulos.

Dentre a coleção de prêmios, um dos mais especiais foi a medalha de bronze conquistada em julho deste ano no mundial de química na Turquia. Representantes de 70 países estavam na disputa. Outra medalha marcante foi o ouro da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astrofísica (OLAA), realizada no Rio e em Passa Quatro (MG) na semana passada.

"Gosto muito de participar das 'iberos', as pessoas são muito diferentes e muito incríveis. Ficamos amigos e a rivalidade não é tão forte como nos torneios mundiais", diz. Para Tábata, um dos piores resultados foi no mundial de astronomia na Polônia, quando conquistou uma menção honrosa, equivalente ao quarto lugar. A concorrência nesta competição foi acirrada, segundo ela, porque Irã e China, países favoritos, mandaram duas equipes cada um.

"Tenho oportunidade que quase ninguém tem e quando não dá certo fico chateada. Os meninos riem de tudo e aprendo muito com eles", diz Tábata, chorona assumida.

Futuro
A vontade de estudar fora do país tem explicação. Além de conseguir a fluência no inglês e desfrutar da boa qualidade e infraestrutura de ensino, Tábata diz que em Harvard, por exemplo, poderá conciliar os estudos dos cursos de astrofísica e ciências sociais. Ela quer ser astrofísica para trabalhar com pesquisas do universo - sua grande paixão - e socióloga para ajudar pessoas, tocar projetos sociais e retribuir as oportunidades que teve na vida. Para a estudante, a formação em ciências humanas é fundamental.

"Com ciência é possível descobrir o mundo. Eu me sinto descobrindo o mundo e fico encantada com o céu. Como alguém pode ver o céu e não acreditar em Deus? É o que lugar onde ele mais se mostra, foi a coisa mais incrível que criou", diz Tábata, que é católica e participa ativamente das atividades da igreja.

Para Tábata, estudar em Harvard vai ser como participar de uma olimpíada por quatro anos consecutivos. "Se eu for aceita, vou estar numa sala onde a maioria dos alunos é estrangeiro. Quero estudar e voltar com riqueza cultural para mudar a educação do Brasil. Sei que vai ser muito difícil, não tenho boas ideias, mas posso ajudar nas pesquisas."

Exemplo para a mãe
Há pouco mais de um ano, Tábata quase teve de desistir da bolsa de estudos do Etapa. Os pais não tinham como arcar com as despesas de transporte e alimentação da filha. Desde então, o Etapa passou a custear um quarto em um hotel próximo à escola na Avenida Vergueiro, em São Paulo, e pagar o almoço da estudante. "Sou muito sortuda", diz.

Tábata costuma voltar para casa da mãe aos domingos, no período da tarde depois de dar aulas de matemática e astronomia para crianças das 5ª e 6ª séries de um projeto chamado Vontade Olímpica de Aprender (VOA) que ela criou.

O VOA reúne cerca de 100 alunos da rede pública de São Paulo que querem participar de olimpíadas. As aulas ocorrem sempre aos domingos de manhã em uma escola pública na Vila Mariana. Tábata orgulha-se em contar que alguns de seus alunos já ganharam medalhas e bolsas de estudo. Além dela, cerca de nove pessoas participam do projeto dando aulas de outras disciplinas.

"Eles são meu xodó. É muito lindo ver uma criança de 5ª série que ganha medalha e estuda porque que quer. Eu tenho todo apoio do meu colégio, mas eles não", afirma.

Até a mãe de Tábata, Maria Renilda Amaral Pires, de 40 anos, se inspirou na dedicação da filha. Maria voltou a estudar e neste ano e vai concluir o ensino médio junto com a garota. O maior desafio de ambas agora é vencer a saudade, caso Tábata realize mais um sonho: o de ser estudante da Harvard.
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E mais:
Superdesempenho do Brasil nas Olimpíadas de Física e Astronomia (Física na Veia)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Foguete Criado por Alunos do IFRO Vence Olimpíada Nacional

Equipe do IFRO alcançou a maior distância do País no lançamento do foguete




(Rondôniadinâmica / Brazilian Space) Os estudantes do Campus Porto Velho/Zona Norte do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), que participaram da XIV Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronaútica (OBA) e da V Olimpíada Brasileira de Foguetes (OBFOG), receberam na manhã desta segunda-feira, 31, os certificados de participação no evento. Na oportunidade, houve a entrega da medalha de bronze ao aluno Joseph Matheus da Silva Luiz (Curso Técnico em Informática), selecionado entre os mil melhores do País. A comemoração ficou completa com a conquista do primeiro lugar no campeonato nacional de lançamento de foguetes.

A equipe do IFRO alcançou a maior distância do País no lançamento do foguete. Na OBFOG, 643 escolas realizaram testes de lançamento de foguetes Mais de oitocentos mil alunos de nove mil estabelecimentos de ensino fundamental e médio de todo país enviaram trabalhos.O IFRO inscreveu cerca de 60 alunos, que foram orientados pelo professor de Física, Tarso Leite. “Esse resultado mostra nosso compromisso com a pesquisa e o ensino na área de astronomia, além do empenho dos professores”, comenta Tarso.

O foguete desenvolvido pelos alunos foi construído com garrafa pet, madeira, turbos de pvc e alimentado com vinagre e bicarbonato de sódio. Todo o processo de criação levou em média um mês. Estudante do Curso Técnico em Edificações e membro da equipe vencedora, Felipe Israel, diz que o campeonato contribui com seu aprendizado. “Nós criamos mais conhecimento e a cada projeto nos aperfeiçoamos”, argumenta.

Organizado anualmente pela Sociedade Brasileira de Astronomia (SBA), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), a OBA e a OBFOG visam à motivação de alunos e professores interessados, voluntariamente, em melhorar seu entendimento sobre Astronomia e Astronáutica. Cerca de 60 alunos de vários cursos do IFRO se envolveram com o campeonato e a equipe vencedora foi composta por quatro alunos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Brasil Ganha Ouro em Olimpíada Latino-Americana de Astronomia



(Terra/Brazilian Space) A delegação brasileira ficou em 1º lugar, com duas medalhas de ouro e três de prata, na III Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), realizada nas cidades do Rio de Janeiro e de Passa Quatro, em Minas Gerais. Os estudantes Rafael Bordoni, do Amazonas, e Tábata Amaral, de São Paulo, levaram o ouro. Já os jovens Felipe Marino Moreno, Lucas Henrique Moraes e Victor Moraes de Oliveira, a prata.

Foi a segunda vez que nosso país sediou o evento. Com esse resultado, chegamos, no total das 3 olimpíadas, a oito ouros, cinco pratas e três bronzes. A OLAA reuniu cerca de 40 alunos do ensino médio de oito países da América Latina: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Paraguai e Uruguai. Eles se classificaram por meio das olimpíadas nacionais de astronomia e astronáutica de seus respectivos países.

A olimpíada foi dividida em parte teórica, prática e de reconhecimento do céu. Para o Dr. João Canalle, astrônomo e presidente da OLAA, a olimpíada científica promoveu o intercâmbio de conhecimentos entre os alunos e o de experiências didáticas entre os professores que lideraram os grupos.

Completando o quadro de medalhas, a delegação argentina conquistou uma medalha de ouro, outra de prata e uma menção honrosa. A Bolívia levou um ouro, duas pratas e uma menção honrosa. O Chile, três de bronze e uma menção honrosa. A Colômbia, duas de ouro, uma de bronze e uma menção honrosa. O México, duas de prata e três de bronze. O Paraguai, três de bronze e duas menções honrosas. E o Uruguai obteve três de bronze e uma menção honrosa.

A Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica foi fundada em outubro de 2008 na capital uruguaia, Montevidéu. A primeira OLAA foi realizada no Brasil em 2009 e a segunda aconteceu na Colômbia em 2010.

A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) é organizada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB). O grupo responsável é constituído pelos astrônomos João Batista Garcia Canalle (UERJ), Thaís Mothé-Diniz (UFRJ), Helio Jacques Rocha-Pinto (UFRJ), Jaime Fernando Villas da Rocha (Unirio) e pelo engenheiro aeroespacial José Bezerra Pessoa Filho (IAE).
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Matérias similares no JB e Agência Fapesp

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Governo lança edital para apoiar Olimpíadas Científicas no País

(JC) O governo lançou edital, de nº 24/2011, em que seleciona propostas para a realização de Olimpíadas Científicas no País a fim de melhorar os ensinos médio e fundamental. A ideia é identificar jovens talentosos que podem ser estimulados a seguir carreiras técnico-científicas.

Lançado pelos ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), via CNPq; da Educação, via Capes, e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o edital poderá apoiar também a realização de olimpíadas internacionais no Brasil, em sua fase final, de acordo com as condições estabelecidas no documento.

As inscrições estão abertas até o dia 5 de dezembro.

Mais informações e edital em: http://www.cnpq.br/editais/ct/2011/024.htm.