segunda-feira, 17 de junho de 2013

Heptacampeões relatam experiência na Obmep e em outras olimpíadas

Jovens serão homenageados em evento no Theatro Municipal do Rio de Janeiro

(JC) O brasiliense Henrique Gasparini Fiúza do Nascimento, de 17 anos, e o mineiro André Macieira Braga Costa, de 18 anos, são os primeiros heptacampeões da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

No ano passado, oitava edição do evento, os craques dos números conquistaram mais uma medalha de ouro. Eles fazem parte do grupo que será homenageado na quarta-feira (19), em cerimônia a ser realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a presença da presidenta Dilma Rousseff e do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.

A bagagem adquirida durante anos de preparação para a olimpíada contribuiu para o ingresso dos jovens na universidade. André ficou em primeiro lugar na classificação geral do vestibular 2013 da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no qual foi aprovado para o curso de engenharia mecânica. Henrique conquistou sua vaga no curso de engenharia eletrônica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Henrique conta que a dedicação aos estudos começou quando estava na 4ª série do ensino fundamental e precisou se preparar para a seleção do Colégio Militar de Brasília, onde também foi estimulado a participar das olimpíadas científicas, especialmente a Obmep. "Certamente o meu primeiro ouro na Obmep [em 2006] foi decisivo para que eu me dedicasse ainda mais aos estudos da matemática", conta.

Segundo o brasiliense, o interesse ganhou força quando, a partir da 6ª série (atual 7º ano), pode participar Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), oferecido aos medalhistas da Obmep pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI). Em 2009, Henrique passou a dedicar mais tempo à matemática ao entrar para o Preparação Especial para Competições Internacionais (Peci), outro programa da Obmep.

"Nos primeiros anos, eu simplesmente fazia as provas anteriores e parte do banco de questões quando ficava mais perto da prova", relata. "Depois, meus objetivos mudaram bastante e, para isso, passei a ter uma rotina intensiva de estudos, lendo diversos livros de matemática e fazendo listas de exercícios fornecidos pelo curso e pela internet".

Recompensa
O resultado se revelou em diversas competições. Além das sete medalhas de ouro na Obmep, Henrique também foi premiado na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) - também promovida pelo Impa e que envolve escolas públicas e particulares - e em olimpíadas de outras áreas do conhecimento, como Física e Química.

Ele também foi selecionado para participar de seis competições internacionais, e conquistou duas medalhas - uma de bronze e outra de prata - na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO, na sigla em inglês).

"Essas medalhas, assim como a minha primeira medalha da Obmep, são de grande valor para mim", revela o jovem, que não economiza elogios à iniciativa. "Graças à Obmep faço parte de um grupo seleto de alunos que se dedicam ao estudo da matemática pelo prazer de fazê-lo. Tenho contato com pessoas incríveis da área e um raciocínio matemático mais desenvolvido que antigamente".

Aos estudantes que gostam de desafios, matemática ou de ambos, ele recomenda apostar nos estudos, o que além, de ampliar os conhecimentos, permite a abertura de novas possibilidades. "Investir tempo estudando problemas olímpicos pode ser muito prazeroso e pode levar a oportunidades incríveis, seja pelo desenvolvimento acadêmico ou pelo ambiente promovido pela olimpíada".

Desafios
"A Obmep desenvolveu o meu gosto por matemática", reforça o mineiro André, ao admitir que não tinha interesse pela matéria até participar do PIC. "Quando comecei a frequentar as aulas, fui colocado em uma sala avançada, a partir daí, comecei a gostar mais de matemática, pois me pareciam desafiadores os problemas e os conteúdos do programa".

Além das sete medalhas da Obmep, André também conquistou cinco medalhas de ouro na Olimpíada Mineira de Matemática, outras quatro (duas de ouro e duas de prata) da OBM, duas medalhas (prata e bronze) da Olimpíada Iberoamericana, uma medalha de prata na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), uma de ouro da Olimpíada IberoamericanaUniverstária de Matemática e uma menção honrosa na Romanian Master ofMathematics de 2012.

O jovem também atribui as conquistas ao Peci, programa do qual participou no período de 2009 a 2012. "Junto com meu esforço individual, ele aprimorou muito minhas habilidades em matemática e me possibilitou obter todos os resultados que obtive", comenta. "A Obmep certamente foi a olimpíada que mais abriu portas na minha vida. Fiz muitas amizades que seguem até hoje e amadureci bastante com as possibilidades de viajar e conhecer pessoas de outras partes do Brasil e do mundo", avalia o estudante, que atualmente faz o Programa de Iniciação Científica e Mestrado (Picme), também oferecido pela Obmep.

Iniciada em 2005, a Obmep é uma atividade do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), criado para estimular o estudo da disciplina entre alunos e professores de todo o país. É promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Ministério da Educação (MEC), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). O Impa é uma organização social supervisionada pelo MCTI.
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