sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Tome Ciência: Os jovens campeões da ciência

Programa de televisão reúne grupo representativo de medalhistas em olimpíadas científicas

(JC) De 21 a 27 de dezembro, o programa de televisão Tome Ciência exibirá o debate "Os jovens campeões da ciência". Medalha de ouro de brasileiro nas olimpíadas, seja qual for o esporte, produz uma enorme repercussão, com direito a foto na primeira página do jornal. A notícia que quase não sai nos jornais - ou sai escondidinha - é a quantidade de medalhas brasileiras em olimpíadas científicas para jovens. E não são poucas as medalhas e títulos.

O Brasil já participa em 10 disciplinas, sem falar que temos 12 nacionais - consideradas sempre como um estímulo para despertar talentos científicos. Se sabidamente temos deficiências educacionais, quem seriam estão esses gênios? Como são vistos pelos colegas - especialmente nos casos de física e matemática? E será que se transformam depois em cientistas. O programa reuniu um grupo representativo desses medalhistas de vários níveis educacionais. Em cena, 56 medalhas de ouro, prata e bronze.

Participantes:
Nicolau Corção Saldanha ganhou a primeira medalha de ouro brasileira na Olimpíada Internacional Matemática de 1981, um anos depois de, 16 de idade, conseguir a medalha de ouro do Brasil. Fez doutorado nos Estados Unidos e atualmente é professor do Departamento de Matemática da PUC-Rio e ajudou a coordenar várias das olimpíadas nacionais.

Ivan Tadeu Antunes Filho ganhou a primeira medalha 10 anos de idade. Depois ganhou outras 35 em olimpíadas nacionais e mais 10 em competições internacionais, entre elas, a Olimpíada Internacional de Física de 2012. Foi admitido na graduação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o famoso MIT.

Daniel Santana Rocha ganhou a primeira medalha de prata, aos 11 anos, na Olimpíada Brasileira de Matemática. Depois ganhou a de bronze e a de ouro, ainda no nível fundamental. Atualmente cursa ensino médio no Colégio Estadual Engenheiro Bernardo Sayão e, com uma autorização especial, já faz pós-graduação de matemática no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada - o IMPA.

Bruna Malvar Castello Branco conquistou sua primeira medalha aos 12, quando foi ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática. Já conquistou 3 medalhas de ouro, 3 de prata e uma menção honrosa em olimpíadas científicas. Está terminando o curso fundamental no Colégio Militar do Rio de Janeiro, um colégio público como o do Daniel.

Apresentado pelo jornalista André Motta Lima, o programa conta com a participação de um Conselho Científico integrado pelas entidades vinculadas à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, permitindo que cientistas de várias especialidades debatam temas da atualidade. Os debates são exibidos em diversas emissoras com variadas alternativas de horários. A programação pode ser conferida pelo site do programa: www.tomeciencia.com.br.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

35ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática divulga vencedores

A competição reuniu este ano mais de 200 mil jovens estudantes e seus professores. Os vencedores concorrem a vagas para representar o país em competições internacionais

(JC) A Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), organizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) divulgou nesta quarta-feira (18) o resultado da 35ª edição da competição. A relação dos estudantes premiados pode ser consultada no site oficial do evento (www.obm.org.br).

A competição, realizada em três fases, contou este ano com a participação de mais de 4 mil escolas da rede pública e privada de ensino e 155 instituições de ensino superior de todo o país, o que implicou na participação efetiva de mais de 200 mil jovens estudantes e seus professores.

Ao todo foram 266 estudantes premiados, sendo 82 do nível 1 (6º e 7º anos do ensino fundamental), 71 do nível 2 (8º e 9º anos do ensino fundamental), 61 do nível 3 (ensino médio) e 52 estudantes do nível universitário. Os vencedores de medalhas de ouro, prata e bronze serão convidados a participar da 17ª Semana Olímpica, em janeiro próximo, evento que dá início ao processo de seleção para concorrer a vagas nas equipes olímpicas que representam o país em competições internacionais. Os estudantes que conquistaram menção honrosa receberão o prêmio enviado pela Secretaria da OBM, além de serem contemplados no processo seletivo.

Todos os participantes da OBM podem ter acesso aos cursos gratuitos de matemática dos Polos Olímpicos de Treinamento Intensivo (Poti).

De acordo com o coordenador geral da competição, professor Carlos Gustavo Moreira, pode-se afirmar que a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) tem tido sucesso marcante em seus objetivos de difusão da matemática, de influência significativa na melhoria do ensino, de descoberta e estímulo de grandes talentos, assim como na conquista de uma posição de destaque internacional para o país em competições internacionais da área para alunos do ensino fundamental, médio e universitário.

Criada em 1979, a Olimpíada Brasileira de Matemática conta atualmente com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), do Ministério de Educação (MEC) por intermédio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Matemática (INCT-Mat).

Para outras informações visite: www.obm.org.br

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Professores comentam como melhorar a nota de ciências no PISA



(Mercado da Comunicação) Com a divulgação do resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) 2012, foi revelado o desempenho dos alunos brasileiros nas provas de matemática, leitura e ciências. O pior resultado do Brasil foi o 59º lugar em ciências em um ranking de 65 países. Em 2009, ocupava, na mesma matéria, a 53ª posição.

Para o astrônomo João Batista Garcia Canalle, coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), para melhorar a colocação do Brasil no ranking é preciso valorizar a profissão no país. “As escolas devem ter docentes de todas as disciplinas. A autoridade em sala deve ser restaurada e o professor deve ter salário digno.”

De acordo com o professor Rubens Oda, coordenador da Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), os alunos na primeira infância se interessam por ciências ao estudar animais e plantas. Já nos anos finais dos ensinos fundamental e médio, a matéria se transforma em Biologia, Química e Física, surgindo assim o desinteresse. “Essa transformação se dá pela forma medieval de ensinar e pela fragmentação de conteúdos que parecem ser desconectados da vida cotidiana do estudante.”

- Como será a sala de aula nos próximos anos? Será que não é hora de trazermos a tecnologia para os cursos? O professor não pode se acomodar. Os ‘professorssauros’ estão fadados à extinção! Uma mudança na atuação e a extensão da sala de aula à casa do aluno são realidades da educação mundial – afirma Oda.

Para os estudantes terem motivação em aprender é necessária a experimentação, é o que ressalta João Canalle. Ele afirma ainda que quando o educador provê uma demonstração de maneira prática, ou seja, uma atividade lúdica que “vai além do quadro negro”, os jovens prestam mais atenção. “Nosso ensino é puramente livresco. O docente não sabe passar o conteúdo com ajuda de laboratórios quando os tem. Não sabe improvisar um experimento ou demonstração.”

- As olimpíadas científicas mostraram aos professores que há muito de experimental e prático. E isso tudo pode ser explorado em sala de aula, desde que se conheça, com certa profundidade, os conteúdos a serem ensinados. Essas iniciativas tentam levar para os professores conhecimentos, técnicas de ensino e informações. Torna assim a aprendizagem demonstrativa e divertida. – enfatiza Canalle.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Estudantes vão representar o Brasil em olimpíada de ciências na Índia

Grupo formado por seis alunos vai embarcar neste sábado (30). Competição terá prova em teste, dissertativa e parte prática.



(G1) Seis adolescentes vão representar o Brasil na 10ª Olimpíada Internacional de Ciências Júnior (International Junior Science Olympiad, ISJO, na sigla em inglês) que ocorre em Pune, na Índia, de 3 a 12 de dezembro, e contará com a participação de 40 países. O embarque da delegação brasileira será neste sábado (30).

A competição reúne jovens de todo o mundo com até 15 anos de idade, porém os conteúdos cobrados são de níveis de ensino mais altos do que eles cursam. Da equipe do Brasil, quatro alunos são do Estado de São Paulo: Matheus Henrique de Almeida Camacho, Leonardo Henrique Martins, Marina Maciel Ansanelli (a caçula do grupo, a única com 14 anos, o restante tem 15) e Letícia Pereira Souza que mora em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba. Há um representante do Ceará (Fortaleza), Lucca Morais de Arruda Siaudzionis, e outro de Alagoas (Maceió), José Rodolfo de Farias Neto.

Para chegar à equipe internacional, os brasileiros encararam várias provas como seletiva. Na última etapa, havia 200 candidatos, entre os quais os seis foram escolhidos. A concorrência acirrada deve se manter na Índia, onde eles vão participar de três dias seguidos de competições com alunos do mundo todo.

No primeiro dia há uma prova com 30 testes de química, física e biologia; no segundo uma prova dissertativa dessas disciplinas; e no terceiro e último há a etapa experimental. Nesta última fase, os adolescentes, divididos em dois trios, cumprem missões práticas. Como as provas são montadas pelo país-sede da competição, é possível que elas cobrem conhecimento sobre características locais como vegetação ou animais.

O Brasil participa da ISJO desde 2004. No ano passado, quando a competição foi realizada no Irã, o time brasileiro voltou para casa com seis medalhas. Também ficou em primeiro lugar na fase experimental.

"A expectativa é de que a equipe faça um excelente papel. Fizemos uma semana de treinamento intensivo, e eles foram muito bem nos simulados. Vamos disputar com países como China, Rússia, Coreia que têm níveis de ensino altíssimos e o Brasil tem conseguido competir à altura. Temos grandes chances de fazer bonito lá fora, e mostrar que o Brasil não é só o país do futebol", afirma Ronaldo Fogo, coordenador das turmas olímpicas de física do Objetivo.

O veterano da turma é Matheus Camacho, aluno do 9º do ensino fundamental do Colégio Objetivo, que disputou a ISJO no ano passado no Irã e levou medalha de prata na prova teórica e ouro na prática. "A equipe deste ano também está muito boa, vai ser legal, não costumo ficar muito nervoso, também vou ter a missão de passar calma para o grupo", diz.

Outro expert na equipe brasileira é Lucca, de Fortaleza, que já tem no currículo três medalhas de competições internacionais. Uma conquistada em Moçambique e duas na Argentina. "Estou um pouco ansioso, mas o time está bem preparado."

Rodolfo admite a ansiedade e a tensão perante os competidores asiáticos que tradicionalmente são excelentes em ciências exatas, mas afirma estar otimista por um bom desempenho brasileiro. O grande incentivador de Rodolfo, é seu pai, o professor de química José Rodolfo de Farias Filho, de 47 anos, vai acompanhar a equipe na viagem para a Índia.

Primeiro voo
Letícia e Leonardo farão neste sábado o primeiro voo de suas vidas, e por isso, tentam controlar a ansiedade. "Estou animada, esta vai ser uma oportunidade única", diz Letícia, que começou a participar de olimpíadas há três anos.

"Acho que a alimentação vai mudar bastante, veremos arquitetura, construções e costumes muito diferentes, vai ser interessante essa troca de cultura. Vai dar para conhecer gente de todo mundo", afirma Leonardo, aluno do Objetivo e bolsista do Ismart. Também vai ser sua estreia em competições internacionais - ele possui pelo menos 15 medalhas em olimpíadas, mas ainda não tinha tido a chance de disputar fora do Brasil.

"As olimpíadas trazem novos desafios, eu gosto de estudar e os conteúdos são mais avançados e instigantes. Fico com mais vontade de entender. Além disso nas competições dá para conhecer pessoas novas com interesses parecidos", diz Leonardo.